Sherlock

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Sherlock Holmes e a sua família adoptada

Durante as viagens de comboio entre as cidades de Cardiff (onde trabalhavam nas filmagens da série de culto Dr. Who) e Londres, o argumentista Steve Moffat e o actor/argumentista Mark Gatiss ambos amigos de longa data e ambos fanáticos de Sherlock Holmes, começaram a brincar com a ideia de trazer o famoso detective do séc. XIX para o século XXI. Contaram a ideia à mulher de Steve Moffat – a produtora de televisão Sue Vertue- e esta num rasgo de génio sugeriria a ambos que o fizessem eles antes que outra dupla de criativos se lembrasse de o fazer.
Desde o primeiro momento os 3 só consideraram um actor para o papel de Sherlock Holmes: Benedict Cumberbatch. Cumberbatch pisava há alguns anos os palcos dos teatros londrinos com sucesso, fazia dramatizações radiofónicas para a BBC Radio e tinha interpretado alguns papéis principais em séries e telefilmes (entre os quais uma premiada biografia de Hawking – o mesmo papel com o qual ironicamente o seu amigo Eddie Redmayne lhe “roubaria” o óscar em 2015) mas no essencial era desconhecido do grande público.
O papel de John Watson, melhor amigo e parceiro de aventuras de Sherlock foi mais difícil de atribuir. Inúmeros actores fizeram testes sem sucesso até Martin Freeman aparecer. O seu Watson honesto e confiável, e o Holmes de Cumberbatch estranho e anguloso tiveram uma química imediata. O resto como se costuma dizer é história.
A série escrita pelos 2 fanáticos dos livros de SH homenageava o universo do escritor Arthur Conan Doyle, agradando muito aos fãs deste, mas ao mesmo tempo dava-lhe um twist moderno e actual reinventando-o e dando-o a conhecer a novas gerações de jovens (que nunca tinham lido nenhum livro do Detective) mas que se identificaram imediatamente com um homem que usa a inteligência, a dedução e tal como eles as tecnologias como os Gps’s, a internet, computadores, os smartphones com toda a naturalidade.
A série tinha um ritmo rápido, era extremamente bem escrita e bem realizada, assente em sólidos valores de produção Ingleses e num fino e subtil humor Britânico (marca dos 2 escritores referidos).
Quando em 2010 o primeiro episódio terminou em Inglaterra as reacções de entusiasmo explodiram nas redes sociais. A série Sherlock era um êxito instantâneo de público e crítica tornando os seus actores famosos de um dia para o outro. Benedict Cumberbatch – para grande surpresa e consternação do próprio – transforma-se-ia numa estrela nacional e num símbolo sexual à escala mundial título que o actor ainda hoje declina graciosamente.

Conheça as personagens e o elenco:

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Sherlock Holmes (Benedict Cumberbatch)- Hiper Inteligente, observador, mordaz, abrasivo, arrogante, manipulador Sherlock tem um tal poder de observação e atenção ao detalhe, uma capacidade de raciocínio e dedução lógica tão acutilantes que com um simples olhar consegue saber tudo o que quiser sobre uma pessoa (inclusivé e particularmente aquelas coisas que essa pessoa não quer que ninguém saiba).
Como a sua língua é tão afiada como a sua mente Sherlock com a sua insensibilidade e falta de tacto tem a capacidade de cortar uma pessoa às postas e reduzi-la a nada. Mas como ele próprio esclarece ele não é um psicopata é um sociopata altamente funcional. Embora haja uma grande diferença entre ambas as coisas, quem teve o azar de ter sido vítima do seu escrutínio e dos seus requintados insultos está-se a marimbar na diferença e quer é partir-lhe a cara.
Por vezes infantil, Sherlock é impaciente e implacável com todos os que não conseguem acompanhar a sua inteligência – categoria que inclui todos os seres humanos no planeta Terra. Sherlock diz que despreza o sentimento, as emoções e as relações interpessoais mas como sociopata tem a sua maneira muito própria de amar e é extremante protector “das suas pessoas”.
É o único Detective Consultor no mundo profissão inventada por ele próprio.

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Dr. John Watson-(Martin Freeman)
Médico que esteve na Guerra do Afeganistão, Watson ama a adrenalina e o perigo, e é um exímio atirador. Tem a disciplina de um soldado e consegue manter a cabeça fria em situações de extremo stress. É sensível aos sentimentos dos outros, tem bom coração e muita empatia com as pessoas. Leal, admira Sherlock mas exaspera-se com a indiferença com que este trata os outros, funcionando sempre como a consciência de Sherlock e sua bússola moral. John e Sherlock vivem juntos no nr. 221B de Baker Street o que leva as pessoas a assumir que eles são um casal, mas como o próprio esclarece ele não é Gay.
É autor de um blog de muito sucesso onde conta as aventuras de ambos no combate ao crime. Tem um fraquinho por mulheres bonitas e muita dificuldade em terminar um encontro com elas.

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Mycroft Holmes- (Mark Gatiss que é também co-criador e argumentista da série)
O irmão mais velho de Sherlock é ainda mais inteligente que este, facto que ele gosta de esfregar na cara lembrar educadamente ao irmão em cada oportunidade que tem. A dinâmica entre os 2 irmãos é uma das maiores fontes de divertimento da série.
Mycroft Holmes move-se nos bastidores do Poder político e militar e nas altas esferas do Governo. Não acontece nada em Inglaterra que ele não saiba mas como ele próprio esclarece ele só ocupa uma posição de menor importância no Governo Britânico.
A sua constante vigilância e preocupação escondem o grande afecto que tem por Sherlock (que ele ainda vê como uma criança que tem de proteger) e que ele não consegue demonstrar de outra maneira.

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Mrs. Hudson- (Una Stubbs)
Praticamente desconhecida em Portugal Una é uma actriz muito querida do público Inglês. É a Senhoria maternal de Sherlock e John. Assegura-se que eles têm comida, limpa-lhes o apartamento e esvazia-lhes o frigorifico das experiências científicas de Sherlock mas como ela própria esclarece não é a Governanta deles. Como as outras personagens de Sherlock a respeitável Mrs. Hudson tem um passado “interessante”.

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Greg Lestrade- (Rupert Graves)
O aliado de Sherlock na Scotland Yard. Sherlock chama-lhe muitos coisas mas como ele esclarece o nome dele é GREG.
Como a maioria das pessoas o Detective Inspector sente ao mesmo tempo uma grande admiração e uma grande frustação por Sherlock. Quando recomenda Sherlock a outros colegas da Scotland Yard que têm casos complexos para resolver, Lestrade avisa-os ” Vou-te enviar uma pessoa, ouve tudo o que ele diz e se puderes tenta não o esmurrar“. Frase que a autora deste post sugere que seja impressa nos cartões de visita de Sherlock.

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Moriarty– (Andrew Scott)
Cruel, maquiavélico, lunático e inteligentíssimo Moriarty é o arqui-inimigo, o rival e a nemésis de Sherlock. É um super vilão que toda a gente adora odiar pois como ele próprio esclarece todos os contos de fadas precisam de um vilão à moda antiga.

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Molly Hooper (Loo Brealey)
A Patologista que tem um fraquinho, uma paixão assolapada por Sherlock.
Molly Hooper é a única personagem do elenco que não faz parte do universo original de Sherlock Holmes. Originalmente contratada para uma só cena no primeiro episódio, Loo foi tão engraçada a sua química com Cumberbatch foi tão grande que o público e os autores da série se apaixonaram por ela imediatamente e resolveram desenvolver a sua personagem.
Molly tem um péssimo gosto para Homens, é doce, vulnerável e confia nas pessoas o que a torna um alvo fácil para a manipulação e a língua afiada de Sherlock. Apesar disso, ela é uma das poucas pessoas no mundo que ele respeita e em quem confia incondicionalmente e com o tempo será uma das poucas pessoas a conseguir metê-lo na ordem. Metaforicamente Molly é o coração de Sherlock.
Tem poucas cenas (na opinião da autora deste post) mas todas as suas aparições são absolutamente memoráveis. Quando perguntaram à actriz o porquê do grande sucesso da sua personagem; Loo responderia que “Molly são todas as mulheres que estão em casa na audiência que querem passar as mãos no cabelo de Benedict Cumberbatch”.

(Pela parte que lhe toca a autora deste post não confirma nem desmente essas suposições, nem tem quaisquer comentários a fazer preferindo remeter-se neste ponto específico a um respeitável silêncio).

Sherlock tem até ao momento 3 séries com 3 episódios, cada um com 90 minutos.
Já ganhou inúmeros prémios de público e crítica entre os quais 3 BAFTAS, 3 Critics’ Choice Television Awards, e 7 Emmys.
No Natal de 2015 será exibido um muito aguardado episódio especial que tem lugar entre as séries 3 e 4.